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Verônica, 18 anos, uma menina legal

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Liberdade: caminho para evolução ou infelicidade


     Marilyn Monroe personificou o glamour hollywoodiano com incomparável brilho e energia que encantaram o mundo. Apesar de sua beleza deslumbrante, suas curvas e lábios carnudos, Marilyn era mais do que um símbolo sexual na década de 50. Sua aparente vulnerabilidade e inocência, junto com sua inata sensualidade, a tornaram querida no mundo inteiro. Ela dominou a Era das grandes estrelas e, sem dúvida, foi a mulher mais famosa do século 20.
     O texto abaixo relata um acontecimento veraz, um aprendizado, onde Marilyn Monroe desmente boatos sobre sua suposta morte e relata a vida extremamente fútil que levou nestes anos de fama.
     O narrador do texto, Humberto de Campos, é um jornalista e cronista que também  fez fama no Brasil.
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     Caminhávamos, alguns amigos, admirando a paisagem do Wilshire Boulevard, em Hollywood, quando fizemos parada, ante a serenidade do “Memoriam Park Cemetery”, entre o nosso caminho e os jardins de Glendon Avenue.
     A formosa mansão dos mortos mostrava grande movimentação de Espíritos libertos da experiência física, e entramos.
     Tudo, no interior, tranqüilidade e alegria.
     Os túmulos simples pareciam monumentos erguidos à paz, induzindo à oração.
     Entre as árvores que a primavera pintara de verde novo, numerosas entidades iam e vinham, muitas delas escoradas umas nas outras, à feição de convalescentes, sustentadas por enfermeiros em pátio de hospital agradável e extenso.
     Numa esquina que se alteava com o terreno, duas laranjeiras ornamentais guardavam o acesso para o interior de pequena construção que hospeda as cinzas de muitas personalidades que demandaram o Além, sob o apreço do mundo. A um canto, li a inscrição: “Marilyn Monroe – 1926-1962.” Surpreendido, perguntei a Clinton, um dos amigos que nos acompanhavam:
     - Estão aqui os restos de Marilyn, a estrela do cinema, cuja história chegou até mesmo ao conhecimento de nós outros, os desencarnados de longo tempo no Mundo Espiritual?
     - Sim – respondeu ele, e acentuou com expressão significativa: - não se detenha, porém, a tatear-lhe a legenda mortuária...Ela está viva e você pode encontrá-la, aqui e agora...
     - Como?
     O amigo indicou frondoso olmo chinês, cuja galharia compõe esmeraldino refúgio no largo recinto, e falou:
     - Ei-la que descansa, decerto em visita de reconforto e reminiscência...
     A poucos passos de nós, uma jovem desencarnada, mas ainda evidentemente enferma, repousava a cabeça loura no colo de simpática senhora que a tutelava. Marilyn Monroe, pois era ela, exibia a face desfigurada e os olhos tristes. Informados de que nos seria lícito abordá-la, para alguns momentos de conversa, aproximamo-nos, respeitosos.
     Clinton fez a apresentação e aduzi:
     - Sou um amigo do Brasil que deseja ouvi-la.
     - Um brasileiro a procurar-me, depois da morte?
     - Sim, e porque não? – acrescentei – a sua experiência pessoal interessa a milhões de pessoas no mundo inteiro...
     E o diálogo prosseguiu:
     - Uma experiência fracassada...
     - Uma lição talvez.
     - Em que lhe poderia ser útil?
     - A sua vida influenciou muitas vidas e estimaríamos receber ainda que fosse um pequeno recado de sua parte para aqueles que lhe admiram os filmes e que lhe recordam no mundo a presença marcante ...
     - Quem gostaria de acolher um grito de dor? 
     - A dor instrui...
     - Fui mulher como tantas outras e não tive tempo e nem disposição para cogitar de filosofia.
     - Mas fale mesmo assim...
     - Bem, diga então às mulheres que não se iludam a respeito de beleza e fortuna, emancipação e sucesso...Isso dá popularidade e a popularidade é um trapézio no qual raras criaturas conseguem dar espetáculos de grandeza moral, incessantemente, no circo do cotidiano. 
     - Admite, desse modo, que a mulher deve permanecer no lar, de maneira exclusiva?
     - Não tanto. O lar é uma instituição que pertence à responsabilidade tanto da mulher quanto do homem. Quero dizer que a mulher lutou durante séculos para obter a liberdade... Agora que a possui nas nações progressistas, é necessário aprender a controlá-la. A liberdade é um bem que reclama senso de administração, como acontece ao poder, ao dinheiro, à inteligência...
     Pensei alguns momentos na fama daquela jovem que se apresentara à Terra inteira, dali mesmo, em Hollywood, e ajuntei:
     - Miss Monroe, quando se refere à liberdade da mulher, você quer mencionar a liberdade do sexo?
     - Especialmente.
     - Porquê?
     - Concorrendo sem qualquer obstáculo ao trabalho do homem, a mulher, de modo geral, se julga com direito a qualquer tipo de experiência e, com isso, na maioria das vezes, compromete as bases da vida. Agora que regressei à Espiritualidade, compreendo que a reencarnação é uma escola com muita dificuldade de funcionar para o bem; toda vez que a mulher foge à obrigação de amar, nos filhos, a edificação moral a que é chamada.
     - Deseja dizer que o sexo... 
     - Pode ser comparado à porta da vida terrestre, canal de renascimento e renovação, capaz de ser guiado para a luz ou para as trevas, conforme o rumo que se lhe dê.
     - Ser-lhe-ia possível clarear um pouco mais este assunto?
     - Não tenho expressões para falar sobre isso com o esclarecimento necessário; no entanto, proponho-me a afirmar que o sexo é uma espécie de caminho sublime para a manifestação do amor criativo, no campo das formas físicas e na esfera das obras espirituais, e, se não for respeitado por uma sensata administração dos valores de que se constitui, vem a ser naturalmente tumultuado pelas inteligências animalizadas que ainda se encontram nos níveis mais baixos da evolução.
     - Miss Monroe – considerei, encantado, em lhe ouvir os conceitos -, devo asseverar-lhe, não sem profunda estima por sua pessoa, que o suicídio não lhe alterou a lucidez.
     - A tese do suicídio não é verdadeira como foi comentada – acentuou ela sorrindo. Os vivos falam acerca dos mortos o que lhes vem à cabeça, sem que os mortos lhes possam dar a resposta devida, ignorando que eles mesmos, os vivos, se encontrarão, mais tarde, diante desse mesmo problema... A desencarnação me alcançou através de tremendo processo obsessivo. Em verdade, na época, me achava sob profunda depressão. Desde menina, sofri altos e baixos, em matéria de sentimento, por não saber governar a minha liberdade...Depois de noites horríveis, nas quais me sentia desvairar, por falta de orientação e de fé, ingeri, quase semi-inconsciente, os elementos mortíferos que me expulsaram do corpo, na suposição de que tomava uma simples dose de pílulas mensageiras do sono...
     - Conseguiu dormir na grande transição?
     - De modo algum. Quando minha governanta bateu à porta do quarto, inquieta ao ver a luz acesa, acordei às súbitas da sonolência a que me confiara, sentindo-me duas pessoas a um só tempo... Gritei apavorada, sem saber, de imediato, identificar-me, porque lograva mover-me e falar, ao lado daquela outra forma, a vestimenta carnal que eu largara... Infelizmente para mim, o aposento abrigava alguns malfeitores desencarnados que, mais tarde, vim a saber, me dilapidavam as energias. Acompanhei, com indescritível angústia, o que se seguiu com o meu corpo inerme; entretanto, isso faz parte de um capítulo do meu sofrimento que lhe peço permissão para não relembrar...
     - Ser-lhe-á possível explicar-nos porque terá experimentado essa agudeza de percepção, justamente no instante em que a morte, de modo comum, traz anestesia e repouso?
     - Efetivamente, não tive a intenção de fugir da existência, mas, no fundo, estava incursa no suicídio indireto. Malbaratara minhas forças, em nome da arte, entregara-me a excessos que me arrasaram as oportunidades de elevação... Ultimamente fui informada por amigos daqui de que não me foi possível descansar, após a desencarnação, enquanto não me desvencilhei da influência perniciosa de Espíritos vampirizadores a cujos propósitos eu aderira, por falta de discernimento quanto às leis que regem o equilíbrio da alma.
     - Compreendo que dispõe agora de valiosos conhecimentos, em torno da obsessão...
     - Sim, creio hoje que a obsessão, entre as criaturas humanas, é um flagelo muito pior que o câncer.                    Peçamos a Deus que a ciência do mundo se decida a estudar-lhe os problemas e resolve-los...
     A entrevistada mostrava sinais de fadiga e, pelos olhos da enfermeira que lhe guardava a cabeça no regaço amigo, percebi que não me cabia avançar.
     - Miss Monroe – conclui -, foi um prazer para mim este encontro em Hollywood. Podemos, acaso, saber quais são, na atualidade, os seus planos para o futuro?
     Ela emitiu novo sorriso, em que se misturavam a tristeza e a esperança, manteve silêncio por alguns instantes e afirmou;
     - Na condição de doente, primeiro, quero melhorar-me... Em seguida, como aluna no educandário da vida, preciso repetir as lições e provas em que fali...Por agora, não devo e nem posso ter outro objetivo que não seja reencarnar, lutar, sofrer e reaprender. 
     Pronunciei algumas frases curtas de agradecimento e despedida e ela agitou a pequenina mão num gesto de adeus. Logo após, alinhavei estas notas, à guisa de reportagem, a fim de pensar nas bênçãos do Espiritismo Evangélico e na necessidade da sua divulgação. (IRMÃO X)
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     A busca intensa por poder, dinheiro (estou citando muito isto ultimamente, acho importantíssimo) acaba subjugando um indivíduo a uma vida de ilusão e hipocrisia. Essa triste realidade é vista, na maioria, muito tarde por aqueles que a vivenciam, e as conseqüências irremediáveis. A liberdade quando bem administrada para o bem, só tem a contribuir para a evolução do ser humano. Administre-a.

4 comentários:

  1. Gostei! Essa observação aí embaixo ficou bem pinkfloydiana.
    Continue com os posts, bjs

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  2. Em breve farei um post nos moldes do seu, mas usando outro ícone: Mick Jagger.
    Depois confira meu blog, beijos!

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Olá, obrigado pela sua visita no meu Front.
    visitei o seu Front também, gostei do que vi (li), já estou seguindo, e voltarei sempre.

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